Friday, December 30, 2005

Tesoira ferrugenta

Um bilhete para o Porto, por favor.


Schhhhhhh, fala baixo.
Quem é que nos vai ouvir?

De hora em hora contavamos um carro na praça, e eu não conseguia suprimir a vontade de andar no meio da estrada, e ai lembro-me do Roçar das mãos dele no meu nariz, da forma como o whisque nos levou até Macedo e de como ele jurava que morria senão lhe dessem o que ele queria. Vila, Vila, os teus dias são decididos como dias ou não de sorte, e foi num desses dias que o frio foi apenas uma desculpa. Vila, Vila, que não se gosta de ti no primeiro dia, mas eu rendi-me, não me dei mas quase. E a duas horas e meia ficas longe de mim, ai Vila, Vila, que tu como eu, Flor.

Wednesday, December 21, 2005

Bonjour Marieeeee

UUUUh lálá, em boa verdade vos digo, o tempo urge e ruge.
Não é em Paris que o Sol me vai aquecer, mas é lá que espero que ele me aqueça.


1MARTINS/LIGIAMRS 2.1BARROS/FILIPAMS 3.1SANTOS/ANAMS
TP 464 04FEB OPOORY 0930 1225
TP 469 11FEB ORYOPO 2015 2115

Wednesday, December 14, 2005

Sardinha

Oitenta e um são os gatos, dos oitenta e um gatos que eu poderia ter. Todos eles gatos, a miar em laranja e andar em pontas, porque dos meus oitenta e um gatos só um que não cai com segurança. É-me de pertença e herança o gato, que sem miar e sem cair me encanta com danças mágicas com o seu pêlo preto. Preto com escuro, preto como a estrada, preto como a morte, é ele, dos meus oitenta e um gatos o que mais me adora. Preto, Preto aonde estás? Miauuuuuuuuuu. Preto, Preto aonde estás? O escuro tinha engolido o Preto e o Preto desaparecido no escuro. Cauda acima, cauda abaixo, o Preto, o menos gato dos meus gatos . Os meus oitenta e um gatos, que se não fosse o Preto seriam oitenta. Todos tão especiais como o Preto, mas brancos.

Alberto?

Cara lavada. 24 de Agosto, ao fim de uma tarde com sabor a canela nas nossas terras quentes. O jeito poeirento de sentires a bola de trapos a marcar o golo. A minha mãe chama-me para jantar, amanhã tenho escola . Só Moçambique sabe do que eu estou a falar.

Thursday, December 08, 2005

Volume

O mês de Dezembro ameaça-me com aquilo que mais me fere, chuva.
Contra isso, a nostalgia.



A Salsa e o Manjericão e o cheiro de peixe grelhado misturado com uma deliciosa maresia fazem-me sentir em casa. Fazes-me falta Armação. As noites estreladas passadas com os pés molhados e cheios de areia fazem advinhar um riso feliz e um mistério de um sem número de pessoas e cidades proíbidas. Aquilo que aquele pedaço de mar já me ofereceu jamais poderei retribuir, assim como aquele café terrakota. Saudoso Mar. Saudosa Areia. Saudosas pedrinhas do passeio. Continuo a não saber porque que a minha pele dourada combina tão bem contigo.

Amo-te, só a ti, Armação,

Da tua, Maria