Saturday, September 24, 2005

Desvaneios estranhos e sem sentido

Não são cores, nem são flores, são loucos, são os tutores das nossas dores.

São palavras escuras, que ofuscas, que confundes, que pintas, que não escondes, que rezas. São palavras doces numa rima que brinca, são palavras que não valem a pena escrever, valem a pena viver e respirar, alimentar o que resta de cheio na alma, com harmonia, alegria e outra qualquer palavra que fique bem.
São cores, são flores, são dores, é tudo aquilo que quiseres e não tiveres medo.

Medo. Contra-tempo corajoso, pois é disso que se trata a coragem, ter medo mas avançar.

São divagações, são pincéis, são telas, são ganchos, são virgulas, são texturas, são arranhões, é agua, é areia, é a tua pele morena. Mata-me.
Muito. Mata-me, de novo porque preciso de morrer e perder mais um pedaço de mim. Mata-me, porque a alma não perde o que nunca teve, nem um, nem dois, foram os abraços e que por vezes tão escorregadios como a água, me fizeram sentir fria. Mata-me, porque um cigarro é um cigarro. Mata-me, porque tenho medo. Muito. Se soubesses, o quanto estou a apertar a minha alma, o quanto a voz me falta, o quanto as mãos me tremem, não saberias a agonia suficiente que estou a passar. Mata-me, porque quero morrer, porque estou a sofrer, porque sou demasiado orgulhosa para aceitar um contra-tempo do destino, porque a minha vida era o mais sagrado para mim e deixei que alguém brincasse com ela.
Mata-me, ou diz-me como se faz. Mata-me, porque as lágrimas impedem-me de respirar, porque as dores são demais, porque sou demasiado dependente, porque nada faz sentido. Mata-me, porque senão me matares eu morro.
Pensei duas vezes, pensei mais uma.
Acabou. Acordei.

1 comment:

Anonymous said...

Bem eu nem sei o que dizer. Tá lindo! Tens mesmo muito talento para escrever, continua!